quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Fantasmas...............................Ou Fadas...?


Só a Princesa Sara poderia concorrer com tal beleza, excepto um pequeno pormenor que distinguia as duas gémeas: enquanto o nariz da mais nova era bonito e pequeno, o da maldita e consumista mulher era magro e pontiagudo, e conseguia-se distinguir de perto umas vulgares sardas cinzentas, minúsculas partículas de cinza perto de ambos os olhos da Serpente de Fogo. Só podia ser aquela bruxa, mas que tinha ela a ver com o meu primo, e que quereria ela com ele…?! Será que ela detestava mesmo os Cyborgs…?!
Caminhando persistenetmente contra o forte vento, o meu primo não conseguia aguentar mais. Até parecia que o Tsesustan se divertia naquele dia chuvoso a fazer-lhe a vida negra. Trovejava fortemente, e o vento soprava com uma intensidade tão grande que houve alturas em que o pobre velho bruxo até pensou desistir.
A chuva fustigava a sua cara cicatrizada por antigas batalhas, e isso mostrava o quanto corajoso ele era. Não se ia assustar com umas meras pinguinhas. Ia chegar à sua casa, nem que tivesse de lutar contra todos os demónios da Cidade Perdida.
As suas botas saltavam em passadas de gigante as enormes poças de lama, caminhando com a velocidade de um cavalo num longa viagem, os seus olhos brilhavam de coragem e fúria incontrolável enquanto o seu tronco viril se debatia com os perigosos relâmpagos que se abatiam desde o céu até ao chão.
- Hoje até as Fadas troçam de mim. – Comentou entre dentes. – Mas não deixarei que aquelas marotas que se riam à minha custa
Os retumbantes trovões caíam sobre as pobres orelhas do alemão, mas nem por um segundo vacilava! Era urgentíssimo chegar ao Château, ainda por cima com uma tempestade daquelas…
Subitamente, ouviu algo a mexer-se por entre os arbustos, um ruído fraco e indefeso, soando a gemidos de mulher sem ninguém para a proteger.
Mas como…? Ninguém, no seu perfeito juízo, iria cruzar as fortes tempestades da temível Cidade Perdida sem nenhum acompanhante, principalmente uma mulher. O velho feiticeiro conhece a nossa zona como ninguém na nossa família, e conhecia a lenda de todas as mulheres atrevidas, demónios japonesas com pescoços elásticos que devoram fígados de homens com almas fracas que por ali passam; bruxas latinas enganadoras; fadas da água,.....A maior parte de todas as mulheres e raparigas atlantes que sejam bruxas e demónios têm uma língua tão aguçada que nem cobras e escarnecem do primo, cantando a altos berros mesmo perto do Château, flutuando ou voando nas suas vassouras sorrateiramente, soltando risadas diabólicas como velhas desprezíveis que são. Ele simplesmente não tem sorte com as mulheres. Deixa-me pôr as coisas em pratos limpos: ninguém, quer bruxos, demónios, cyborgs, fadas, nobres e deuses; em toda a Atlântida, ninguém gosta dele a sério, apenas o fingem com medo de serem mortos. Apesar de não parecer, o primo precisa mesmo de alguém, e esse alguém tem de vir da família, é preciso, mais do que nunca, ficarmos juntos e contarmos os nossos problemas, porque, com estes rumoures estão a dar cabo dele. Isto não é por causa dele, muito menos as Fadas; Demónios e Bruxas são malvadas, não. A Serpente de Fogo e os seus cruéis amiguinhos da SPV é que falam dele, dizendo que ele é um bruxo aristocrata obeso, feio que sei lá o quê, o que não é verdade. O primo é a pessoas mais simpática que já alguma vez conheci. É claro que tem um mau feitio, mas isso rapidamente passa-lhe. No entanto, desde que ele chegou, tenho-me perguntado como raio ele conseguiu escapar aos Aliados.........
Suspeitando que fosse uma demónio ou uma fantasma, desembainhou a pistola de bruxo, e tornando os seus olhos vermelhos como o Inferno, espreitou habilmente qual caçador experiente de demónios que era, todos os escodnerijos e arbustos, reparando que a tempestade já tinha passado.
Apenas se ouvia um lamuriante choro de desespero e profunda tristeza, como um canto triste de um roxinol, vindo duma antiga fonte, numa praça, era a praça que dava para a nossa casa.
O primo esboçou um sorriso sádico, olhando o fraco sol com esperança, e, com a pistola de fogo carregada na mão direita e o dedo no gatilho para guardar na bala de cristal o demónio ou fantasma, aproximou-se com cautela, afinal eram ainda seis horas, e os demónios só se vão deitar às seis e meia da manhã para acordarem às onze menos um quarto.
Não tardaria muito e aquela fantasma seria a sua nova escrava, talvez servisse como embaixatriz entre os demónios e fadas da manhã.
Apesar de ser boa pessoa, o primo é ou não é um bruxo? E ele foi ou não das SS? Portanto, gostava muito de ter uma prostituta para os seus desejos, se é que o primo ainda os tivesse…
Andando como um leão esperando uma lauta refeição, este apontou a arma de caçar demónios e fantasmas para a fonte.
- Acabou-se o Herr General simpático, pequenita. – Disse ele calmamente. – Sai daí imediatamente antes que tenha de tomar medidas drásticas em relação a ti. A brincadeira foi gira enquanto durou, mas agora já chega.
Ninguém respondeu, e durante um silêncio interminável de cinco minutos que pareceu durar para o nosso querido general três horas, não se ouviu mais nada a não ser o ressonar madrugador dum galo muito velho a sofrer dos adenóides três vezes.
O meu primo não é mau, mas quando o irritam imenso, consegue parecer-se mesmo com um nazi, além disso, ele é um duque, o que, na hierarquia dos Bruxos é o equivalente a um líder de um distrito de um país.
Aquilo era um insulto digno de receber como castigo, duas balas: uma na perna direita e outra na garganta, pontos, que ao serem atingidos ao mesmo tempo, com a precisão ciurgica certa, tornam-se numa desumana e terrível tortura.
Isto apenas pode ser feito com uma pistola especial de um duque bruxo, cuja o primo guarda cuidadosamente na cintura no seu cinto de prata.