segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Interrogatório (Parte III)

No Carnaval, ninguém leva a mal, portanto, acho que vos devo, depois de tanta ausência, um post extra....Obrigado pela vossa colaboração...!



Aí, libertei-me suavemente das correntes como se fossem leves fios de teia de aranha e, num salto rápido, atirei-me a toda força qual víbora para a sua presa, e, num único momento fatal, os nossos lábios juntaram-se sem que aqueles idiotas pudessem reparar.
Beijei-o como um foguetão, levando-o lentamente à terra do prazer, e “hipnotizando-o” com os meus olhos mágicos, tirei-lhe facilmente a chave da porta mais um pequeno saco que tinha nos bolsos. Quase que o estrangulava com as minhas garras de verniz vermelhas, mas ele não se importava, pois estava a beijar uma bruxa “super podre de boa”. Agarrou-me firmemente pela cintura, sentindo-se excitado qual rato nervoso pegando no queijo antes de cair na ratoeira, a sua língua dum só caminho dividiu-se numa bifurcada e logo as nossas duas línguas estavam enroladas umas na outra!
Então aquilo é que era a primeira fase dum “beijo à bruxo”! Reparei que as pupilas dele se dilatavam e que se ganhavam a cor do sangue, não me admiraria nada que ele me pedisse para ir para a cama com Gerhard Nälden, o Cirurgião da Morte da SPV.
Por cinco minutos, o calor arrasou aquela sala gelada e, durante aqueles intermináveis cinco minutos, os meus lábios comandavam cada movimento do escanzelado tenente.
Digo-te que, de todos os rapagões que beijei, este tinha um hálito a tresandar a drogas e a tabaco, e que logo que o vi, sabia que convencê-lo a libertar-me seria uma tarefa dura. Mas consegui, não consegui?
Contudo, era um pouco largo de braços, e tirei todo o prazer em ser toda sua durante aqueles cinco minutos.
De repente, sorri sadicamente e arranquei os meus lábios e o meu corpo das suas mãos pegajosas.
Ele olhou-me aparvalhado, com o queixo caído e os olhos arregalados, completamente petrificado, sem saber o que dizer.
- Gostaste? – Perguntei aliviada com um brilho perverso nos olhos. – Se sim, é pena. Porque não vais ter mais disto!
Dizendo isto, deixei as minhas vítimas – sim, porque os outros ficaram para ali embasbacados com água na boca a imaginarem-se no papel do companheiro, espantados com a minha prática – completamente de rastos, fechando suavemente a porta à chave, mas ainda consegui ver um quarto homem, escondido nas sombras com um olhar frio e maléfico, nada espantado com o meu beijo.
Seria ele o misterioso General B...? Acho que exagerei ao contar os meus propósitos verdadeiros e do meu affair com o Pedro, não achas? Talvez usem isso contra mim....Como um grande mestre da espionagem e da magia negra uma vez disse “É mais fácil interrogar um homem na posição horizontal que na vertical” e eu, definitivamente, tinha dado, todas as informações que eles precisavam. Sou mesmo má!
Um “biquinho” seria suficiente para eles caírem redondos no chão! O que não o fizeram. Bem, nenhum homem provou ser merecedor de mais de trinta minutos da minha atenção, excepto o Pedrinho e o meu padrasto. É claro que nunca vou beijar o segundo, mas podes crer que o nosso amor entre o primeiro e eu é um completo incêndio...!
Eu explico-te porque é eu fiz um pouco de marmelada com aquele tenente de segunda, primeiro porque estava desesperada e quando eu fico desesperada, faço coisas mesmo muito estúpidas! Segundo porque tinha sido o sabor do álcool na garganta que me induziu a ver aquele palerma como um possível gato.