quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Fen Li - a "Baronesa dos Demónios"


Fen Li Ning Michaela Di Euncätzio era a sobrinha mais nova do Assassino do Amor, e talvez, a seguir a Enoque Pedro Di Euncätzio, uma das figuras do Clã Di Euncätzio mais popular na Bellanária. Ela ganhou, entre a comunidade dos Demónios, o apelido de “Santa dos Alpes”, por ser muito generosa e apiedada dos mais desafortunados. Passou à história como santa e mensageira dos Deuses, tendo sido reconhecida até pela Igreja Cristã como beatificada e canonizada em 1435, dois mil anos depois da sua morte. Na Bellanária, na parte cristã, particularmente, ela é popularmente conhecida como Santa Baronesa Michaela, mudando o nome para um ar mais ocidental, e as iconografias da mulher em si não condizem com as descrições que o tio da jovem faz sobre ela na “Biografia Crónicas da Minha Vida”. O facto de ser de etnia oriental não condizia com a descriminação racial que havia no tempo dos descobrimentos.
O título de Baronesa já fora atribuído aos dezassete anos, por ser tão condolente, corajosa, com uma eloquência impressionante, dominadora de várias línguas, e inteligente.

Aos doze, fora viver com o irmão mais velho para a Bellanária, em casa do tio deles, o Assassino do Amor; na China, o pai morrera muito jovem, e a mãe já não os podia sustentar.
Assim, conheceu as gentes Bellantes e os Demónios e Fadas e outras tantas criaturas mágicas, as quais teria um amor maternal que nunca se separaria, até ao fim dos seus dias. O seu génio notara-se logo ao conseguir dominar a língua bellante, e em escrever fantásticos discursos oratórios sobre a liberdade das mulheres e o estado deplorável em que viviam os Demónios.

No entanto, a vida da jovem aspirante a Kinnary[1] – equivalente bellante na linguística para Baronesa e tipo de Fada, metade cisne, metade mulher, que era uma espécie de embaixatriz das deusas mais importantes, e que se encarregava dos assuntos de Estado como se fosse uma secretária de Estado – nunca foi um mar de rosas.
[1] Ser originalmente da mitologia tailandesa, metade cisne, metade mulher, que personificava o amor e a beleza feminina

Teve de enfrentar o seu cruel e possessivo tio, que, alguns dizem, desenvolveu uma paixão pedófila pela sobrinha quase doentia, vendo nela as qualidades necessárias para a sua “Bruxa Perfeita”. Por muito que o Assassino do Amor a quisesse afastar do mundo exterior e mágico que eram as Fadas, ela sempre arranjou maneira de escapar às suas garras, pelo menos enquanto foi, legalmente menor, que, naquela altura, era até aos vinte e quatro anos de idade para as mulheres e dezasseis para os homens. A sua inteligência, combinada com a força e determinação do irmão mais velho, Quing, deram origem a muitas histórias, das quais se conta que o primeiro encontro com Samiel, em que este os recebeu na maior pompa e luxo, oferecendo-lhes um manjar digno de Deuses, para uns dois meses depois, quando tinha a confiança ganha com os dois irmãos, ter relações sexuais com a própria sobrinha. As suas tentativas pedófilas foram muitas vezes frustradas, pelo menos com Fen Li, ela era da família dele, e isso deu origem a também muitos escritores estrangeiros escreverem sobre Quing e Fen Li, nomeadamente os irmãos Grimm, com a história de “Hansel e Gretel”, é claro que «…quem conta um conto, acrescenta um ponto, mas, neste caso, não censuro o facto de terem falado sobre a nossa família, ocidentalizando a nossa vida…» confessou anonimamente um membro da família Di Euncätzio no século dezanove, agora desaparecida para todo o sempre. Na autobiografia do Assassino do Amor, ele conta, no poema, como é que a sua monstruosidade e loucura levou ao ódio e confusão por parte da sobrinha:


Ai, Fen Li, de pai e de esposo,
O teu nome me faz suspirar,
Esse inocente fogo delicioso
Que primeiro nos faz palpitar!...

- Oh, não vás, donzelinha inocente,
Não te vás a esse engano entregar,
E amor que te ilude e te mente,
É amor que te há-de matar…

Só a tua visão,
Pequena inteligência
Artificial,
De papel vegetal,
És uma boneca,
Recheada com caramelos de clemência.

Atingir a tua meta,
Alcançar a tua suave e macia mão,
Que parece quase a última sílaba de um não,
Acariciar,
E deliciar,
Os meus olhos famintos com a beleza que
Estive prestes a condenar…!


Não há nada em ti que queira
Mudar,
A tua alma estremece mais
Do que uma fogueira,

E eu, feiticeiro cruel, enamorado,
Espírito nocturno que assusta os animais,
Apercebeu-me, que,
É uma maldição não mais ver-te,
Emaranhado,
Aprisionado,
Condenado,
Pago pelo crime de amar,
De te beijar,
Querida fragrância de Primavera,
Viver-te no leito da minha morte, entristecer-te,

Lágrimas de anjo caído que jamais poderá
Te apreciar,
Anjo divino,
Elegante, de tecido frágil e fino,
Oxalá que ninguém te apanhe,

Ou a minha alma jamais, ninguém,
Amará…! ´


Mais tarde falarei no Grito da Verdade sobre ela….