sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Um pouco do Passado... (Parte II de III)


Enquanto isso, a boquilha prateada permanecia imóvel ao pé do berço feito a partir duma cesta resistente das melhores árvores e feito através das mãos das dríades artesãs mais competentes em toda a Atlântida.
Nenhum dos dois sabia, mas aquele objecto poderia ser ironicamente a salvação e a chave para o meu tio ganhar aquela injusta batalha.
Foi aí que a minha mãe apareceu, indefesa, porém corajosa, com um frasco de leite quente para dar à recém-nascida.
Ao ver aquela cena bélica, soltou um grito de terror e deixou cair consequentemente o frasco de leite, vindo do seu próprio leite.
Por acaso o líquido materno, quente, branco e puro duma bruxa é uma coisa bem sagrada, e, por isso, mágica. Já se ouviram falar muitas coisas desta substância milagrosa e divina. Como Eris só teve filhos masculinos e ilegítimos de Samiel, mas sim com o Jamelino Beno mais bondoso, deu à sua descendência de filhas a possibilidade de dar esse hidromel portentoso e capaz de fazer mil maravilhas a tudo o que é merecedor de tais delícias.
Por isso, mal o vidro se despedaçou em mil pedaços e o leite branco se misturou com o veneno, algo de espantoso: no lugar duma explosão violenta, no local onde o pó branco e tóxico estava, apareceram rosas brancas, mesmo naquele chão de alabastro.
Nos seus botões ainda fechados, brilhavam pequenos fogos-fáctuos, ali nascidos naquele preciso momento. Dançavam e cnatavam em vozes encantadoras, porém, sussurradas e fantasmagóricas.
Eles eram, claro, os fantasmas dos sentimentos negativos da minha mãe.
Este acontecimento, decerto raro, espantou muito o meu padrasto.
De olhos arregalados, o meu Padrasto começou a ficar muito nervoso, já na sua forma humana e a recuar lentamente para a porta, notando-se uma nesga de irritação no seu semblante.
«Mas que assombração é ESTA?» Exclamou ele muito atónito. «É melhor ir-me retirar, mas eu volto! E da próxima vez, será com o Rei dos Bruxos, com o Reicshführer Himmler, até pode vir Hitler em pessoa. Mas duma coisa pode ficar descansada, minha querida Katherine: eu farei com que este seja último dia em que o seu amor e os seus filhos imundos vêem a luz do dia!»
Da sua promessa, nem sombra...Mas uma coisa podes ter a certeza: ele conseguiu separar o meu pai da minha mãe!
Com receio que os Cyborgs e Bruxos viessem a dar-se bem, o Conselho dos Bruxos mais o Rei dos Bruxos decidiram entregar-me a mim e à Tsuna aos seres humanos vulgares. Quanto ao Papá, baniram-no da Dimensão Mágica e deram razão ao malvado do Padrasto. Os Tempos Negros começaram aí, pois, com a prisão do meu primo, o único responsável pelo Château foi o pérfido. E acredita em mim, até o Rasputin era um santo comparado com o meu padrasto.
Só sei disso tudo e mais nada...Depois, os Bruxos ganharam juízo e prenderam o meu padrasto até à eternidade no Limbo dos Espelhos, até que um dia, apenas o mais cruel e perverso dos seus servos o venha libertar.
Que mau! Estou farta daquele palerma, e se me falam dele, expludo mesmo, não sou dada a brincadeiras quando estou furiosa, algumas vezes até choro e grito, e este era um desses dias no jantar. Toda a gente no Château sabe que quando me irrito, não há nada que valha o pobre coitado que se cruzar no meu caminho. Graças a Deus, o meu Padrasto não deu sinais de vida hoje, mas vou estar atenta, e, uma vez que estou interessada (e plenamente convicta) em entrar para a SPV – mesmo que não aceitem mulheres – estou
a tentar arrancar informações