segunda-feira, 26 de março de 2012

Primavera do Sul e Inverno Nortenho


Svetrlyu Krissmas kçe Panketrlabiellatualztli

Feliz Festival das Bandeiras e Boas Festas Nacionais!
Basicamente era o que estava escrito no dialecto Bellante Padrão, no dialecto Bellante do Norte, no dialecto Tienense (uma variedade do Japonês), em Inglês, em Russo, e em Alemão, numa tinta dourada num fundo azul-escuro, em três faixas que decoravam um portão de alabastro que costumava ser usado como um antigo torii , retirado de uma cidade antiga do Norte.
O Festival das Bandeiras é também uma maneira da minoria Cristã festejar o Natal no Império Bellante. No refinado e luxuoso salão barroco, com uma iluminação toda ela a óleo e a velas, o ambiente era deveras gótico. Uma música de fundo - esta tocada por músicos com amplificadores - era tipicamente Bellante, com uns instrumentos das mais variadas origens.
No meio de cada janela comprida e clássica, em forma de arco (quase a imitar as antigas janelas dos palácios dos sultões na Índia) havía uma estátua a representar uma das inúmeras Imperatrizes que a Bellanária teve, todas elas esculpidas como mulheres extremamente belas, tal como as estátuas Gregas de um templo. No entanto, os artistas tinham decidido por manter a beleza original de cada uma da nacionalidade e época da etnia reinante. Começava pela estátua de Melnjar I, e ía até Swerdinada Eudóxia Patrícia Di Neptunus, a mãe da Serpente de Fogo. Quase no fim, havía uma mulher com uma placa a dizer:

Nilampadma II Jagannhati, filha do Rei dos Dragões Jagannhata XXII com a Imperatriz Claudinitiana Xóchitl III. Mãe do Imperador Tsubasa Kleitsuitl. Nascida em 24 de Março de 1720 e morreu em 2 de Janeiro de 1769, cada com Ayumu Tokugawa.

Era a tetra-avó da Serpente de Fogo. Talvez seja por isso que ela tenha aquele longo cabelo negro. Portanto, pelo que eu percebi, era muito raro haver filhos na antiga Corte Imperial Bellante, e se os houvesse, o poder era automaticamente dado à filha mais velha. Para uma sociedade muito machista, isso é um bocado esquisito. Bom, se calhar os Bellantes tinham aprendido que só uma mulher conseguiria controlar a sede de sangue humano dos Deuses pelos seus antepassados meso-americanos. Pelo que sei sobre a longa Dinastia Di Neptunus - que, segundo dizem começou desde os princípios da fundação das Ilhas Bellantes - Swerdinada II Eudóxia Patrícia Di Neptunus tinha antepassados Nahualli, Gregos, dos Naga, Japoneses, Russos e até Alemães!
Os Bellantes - pelo menos a maioria - acredita no Shamanismo e no Espiritismo. Ou seja, nós acreditamos nos espíritos que vivem na Natureza e em fantasmas. Tanto nos palácios e templos do sul, como nos castelos do norte da Grande Ilha, é normal verem-se estátuas dos antepassados mais célebres...quer eles tenham sido bondosos ou crúeis para com a sua gente.
Quando reparei que haviam mais estátuas, desta vez, de homens, fiquei espantada. Os Imperadores eram mais altos - ou tinham sido esculpidos numa escala maior que o das Imperatrizes - que as suas respectivas esposas. Os rostos eram normalmente mais severos do que os das mulheres. Cada um usava uma lança ou uma espada à cintura, e com uma posição quase militarística, até parecía que estavam a proteger as Imperatrizes.
Como não podía deixar de ser, o salão tinha o brasão Imperial com o Dragão Japonês e o Jaguar Azteca em cada uma das longas cortinas vermelhas e azuis-esuras. Aposto que o dragão Japonês era dourado na cortina vermelha e o jaguar era prateado no fundo azul das outras cortinas. Se pensas que isto só apareceu a partir do reinado da Serpente de Fogo, enganas-te redondamente...os Bellantes sempre se orgulharam da sua aliança com os Japoneses, desde os princípios do século doze.
O Festival das Bandeiras é um pouco ambíguo: de uma forma, festeja a Independência Bellante, e ao mesmo tempo, há vários símbolos de outros países em cada uma das regiões e ilhas... No entanto, todos os Deuses, Feiticeiros Brancos, Fadas, e outras tantas personalidades importantes estavam presentes em Suryadevnahutbal.
O ambiente era festivo, e sobre a luz do luar e das velas, todos riam-se, todos dançavam, e todos cantavam ao ritmo da música alegre e patriótica no Bellante padrão da Cidade dos Deuses.

Aí vem o Avô Inverno, com o seu sotaque exótico,

Com as suas luvas de gelo, ele abre o pórtico
Para as flores de pessegueiro,
Para as camélias, vermelhas com o meu guerreiro...

Querida terra coberta do branco,

Como estás bela hoje no teu aveludado manto,
Oferecido pelo deus das nevadas,
És um país cheio de donzelas encantadas!

O senhor Inverno, como bom feiticeiro educado,

Avisa sempre o dia e a hora da sua chegada,
E a Bellanária recebe-o, qual dama amada,
Que estranho casal este, nunca se viu no mundo civilizado!

E ela suspira quando ele lhe diz:

Querida terra coberta do branco,

Como estás bela hoje no teu aveludado manto,
Oferecido pelo deus das nevadas,
És um país cheio de donzelas encantadas!

O Avô Inverno

Está a sempre a mudar de lugar
É um viajante eterno,
Que nunca nos deixa de espantar,
Com o seu vento que gela até o Inferno!

Mas é da Bellanária que ele gosta mais,

Menina jovem, ladina, nunca teve pais,
Ela gosta muito de brincar,
Querida criança decorada com fitas azuis a imitar o mar,
Se alguma vez ela pudesse amar...!

E o Senhor Inverno lhe diria:

Querida terra coberta de branco,

Como estás bela hoje no teu aveludado manto,
Oferecido pelo deus das nevadas,
És um país de donzelas encantadas!

Quando passeei, um pouco distraída em direcção ao fundo do salão, reparei que a voz com sotaque Russo era a de Nina Malaghetyeva, a nona filha de Kasimir Malaghetyev. O rufo dos tambores era contagiante, e em breve, tanto eu, como a Sara, a Nuo, a Tsuna, e a Sumitraijin estávamos a dançar ao ritmo da canção alegre! Os Deuses estavam a envergar - só eles é que eram permitidos usar aquelas cores vistosas no Festival das Bandeiras - túnicas cobertas de plumas coloridas, que iam desde o vermelho até à opala brilhante, o verde esmeralda, o azul-escuro e o prateado. A típica música Bellante, exótica, quente, tão picante quanto o molho de piri-piri tropical das Ilhas de Shunrasen que os seus habitantes põem nas tortilhas, era maravilhosa e milenar...!

Deve ser por isso que a Senhora Bilafassabnsair (ou a própria Bellanária) é representada como uma jovem exuberante de longos cabelos negros, com um toucado de penas de quétzal verdes e perfumados de várias flores, com um xaile cor-de-rosa a cobrir-lhe dois terços dos seios avantajados e uma saia comprida, justa e dourada (como símbolo das temperaturas quentes das ilhas do Sul). No Festival das Bandeiras, ela é acompanhada pelo "Avô Inverno", o "Senhor Inverno", ou simplesmente "deus das nevadas", um homem de aspecto Japonês (ou pelo menos que se assemelha a um homem estrangeiro, de meia-idade, alto, sisudo e pálido...mais concrectamente, a um bruxo). Algumas vezes é a própria figura do Mestre Rwebertan Samiel Di Euncätzio que personifica o Norte e o Inverno. Há quase dois mil anos, a figura mais parecida com a personificação do Inverno era o antigo Itztlacoliuhqui-Ixquimilli (Ponta Curva de Obsidiana - Olho de Adaga). Com a vinda do Assassino do Amor e do Ded Moroz , este deus acabou por ser esquecido e morrer. No entanto, o Senhor Inverno carrega sempre consigo uma espada curva de obsidiana e a maior parte dos avôs nesta época tentam pôr os olhos mais penetrantes e oblíquos para se assemelharem aos olhos " em forma de adaga" do antigo deus.

Pois é, o Festival das Bandeiras tem muito que se lhe diga... As três figuras centrais são o Senhor Inverno, a Bellanária e a Imperatriz ancestral Melnjar I.

A Sara tinha-me contado, antes de chegarmos ao Suryadevnahutbal, que normalmente no Festival das Bandeiras, a apresentadora está vestida como a Senhora Bilafassabnsair e o anfitrião ou estava a envergar as roupas do Assassino do Amor, ou disfarçado do Senhor Inverno. Bem, a Nina tem um cabelo muito comprido, mas é loura e é também um pouco alta demais para se fazer de Deusa com origens Aztecas. Quanto ao anfitrião, nem sinal dele...!