quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Trovi de um criminoso

Respirei o perfume de baunilha,
Que havia nos teus olhos azuis de menina,
E senti que tinha caminhado uma milha,
Quando apenas tinha esvaziado a piscina
Dos meus desejos pelo mundo!

És o meu esconderijo,
Nos teus lábios, mergulho fundo,
Bem fundo, até que finjo
Que este sofrimento não existe,
E passo passo do real ao sonho num segundo!


Oh bela visão inatingível,
Oh sentimento ardente e profundo,
Será possível,
Que faças do meu coração emperdenido e perfurado,
Uma fonte de paixão e de pecado?


Verão que está sempre comigo,
Fazes-me sentir amado,
Embora não mereça, embora seja teu inimigo,
Neste sonho romântico e imperfeito, decorado,
Com belas flores de cerejeira a cairem no chão molhado!


Dás-me tristeza e dás-me malícia,
E eu pago-te na mesma moeda, sou um templo abandonado,
E com a minha perícia,
Transformo essa insegura tristeza,
Numa excitante, embriagante certeza!

Estava a pensar nos vários casos que tive com homens - não eram mais velhos que eu, mas sim rapazes, mesmo assim, aprendi muito com eles. Pensei que podia escrever uma narrativa (uma história sobre a Jessica ou outro conto sobre a Bellanária), mas não consigo estar inspirada em outra coisa senão no amor impossível - ou melhor, o desejo carnal de um homem por uma mulher muito mais delicada e bondosa que ele...Ai, que esteréotipado e feminista! Bom, algumas vezes, eu sou demasiado feminista, mas só queria escrever um bocado para desanuviar.

Pronto... saiu isto...