sexta-feira, 6 de maio de 2011

Abhilasha - excerto

“…अभिलाषा – Abhilasha – significa em sânscrito, uma antiga língua que os nossos antepassados já usavam antes da chegada do povo Humano dos Nahuatl, uma paixão que se mantém acesa durante milénios e milénios, uma aspiração que passa de pais para filhos. É muitas vezes chamada de “Arco-íris” pelos humanos ocidentais.

Nós chamamos-lhe apenas assim. Abhilasha, ou mais concretamente, “A Pequenina Princesa Serpente Arco-íris”. É uma sílfide, amante da música da flauta, a filha mais nova da Senhora Shamanarta, e, na lenda grega de Pandora, ela é o espírito bom da esperança.

De carácter jovial e amistoso, Abhilasha gostava dos círculos das fadas e ia sempre acompanhada com seres do bosque. A sua época de maior esplendor era a Primavera e o seu momento preferido do dia eram as duas primeiras horas depois de o nascer do Sol. Contudo, naquele Outono que mais parecia um dia de Agosto tardio, nunca pensei vir a encontrá-la numa cidade…pelo menos não naquela.”


Uma das poucas histórias que eu estou a gostar de escrever, Abhilasha é uma narrativa que eu escrevi há imenso tempo, muito antes do Histórias com Nome Próprio nascer. Ansgar Totensteger, um oficial Nazi das SS dos seus vinte e três anos, é encarregado para executar uma missão importantíssima numa ilha que poucos humanos no mundo conhecem: a Ilha da Bellanária, no meio do Atlântico, povoada por seres mágicos, bruxos, fadas, deuses e demónios. A acção passa-se no começo da guerra, em 1939 e 1940.

Nunca pensei que este livro fosse tornar assim tão obscuro, mas á medida que escrevia os capítulos, apercebia-me que a escuridão e a luz tinham de estar balançados. O oculto Nazi misturado com os poucos conhecimentos que sei e a minha imaginação deu lugar a estes dois mundos que estão sempre em conflito na história, mas que, segundo a soberana da Bellanária, a "Princesa Herdeira Swerdinada - a Serpente de Fogo" têm relações neutras um com o outro: A Alemanha Nazi e o Império Monárquico Constitucional das Ilhas Bellantes.

O Dark Sword, nesta altura um tirano chefe da polícia e forças armadas bellantes, é descrito contrariamente ao "presente" de Jessica von Tifon.

E Sara está prestes a ter uma das maiores batalhas com que se deparou em toda a sua vida: salvar a sua pátria, ou salvar os seus amigos das garras dos Nazis!


Ah, hoje em dia, tenho andado a ouvir mais música metal do que música clássica. Se calhar é por isso que estou a escrever, capitulo sim, capítulo não, cenários dignos dos piores pesadelos da mente humana!

Este é um dos poucos livros que fazem jus ao nome da colecção: "Cinco Vidas Num Floco de Neve".

"As Vidas dos teus amigos não valem mais do que um floco de neve nas minhas mãos, princesinha!"

Uma história não só de terror, mas também de amizade, amor e que por vezes, de coragem! Tenho de confessar uma coisa: nunca pensei que os vilões se tornassem assim tão poderosos! Este é um dos poucos livros em que vemos porque é que Katharina von Tifon é descrita como uma "víbora" pelo próprio sobrinho em 2004. Mudou muito desde a "mulher victimizada e morta" que eu a descrevi em 2008.

Mas eu sempre gostei de livros com acção. Quando primeiro escrevi as linhas do primeiro capítulo - Ansgar Kilian Totensteger, em honra do tal personagem - pensava em escrever um livro de aventuras, e um pouco de humour à mistura. É verdade que a Katharina, o sotaque eslavo de Igor Andrysiak (um dos amigos de Sara), a rudeza bávara de Karl Honestoffmann, e os comentários irónicos de Irmãozinho e de Georg-Maria Schwarzjaguar apimentam um pouco desta história com um humour inteligente, mas estou com saudades de pôr o Nalden nas minhas histórias. Talvez porque ele agora não é assim tão politicamente correcto.

Enfim, estava com vontade de vos apresentar este livro: "Abhilasha".

Vou dar-vos um cheirinho do capítulo que estou a desenvolver - Capítulo 19! ^^; Pois é, ando a escrever este livro há imenso tempo!

"... - Fala-se no Diabo e ele aparece! - Georg-Maria permaneceu calmo, mas com um tom de desprezo. - O que é que traz Sua Excelência ao Império das Ilhas Bellantes?

O tom irónico da voz do bruxo alemão não irritou nem um pouco o chefe dos Serviços de Inteligência secretos das SS. Estavam oficialmente em território alemão, desde que tinham passado as portas daquela estação, na fronteira bellante dos Alpes das Sereias. Os comboios eram alemães, mas os clientes russos fechavam os olhos ao que se estava a passar.

Havia um pequeno sorriso malicioso no rosto sinistro e duro do oficial nazi.

- Não achas estranho que o meu homólogo da Resistência te tenha enviado para a cova do lobo, Jürgen? - Heydrich tratava sempre Georg-Maria Schwarzjaguar pelo diminutivo Jürgen, era uma espécie de insulto que o agora bruxo da Resistência não gostava mesmo nada. Apesar de ter duas mulheres - uma que estava encapuçada e com uma máscara negra, a outra tinha um vestido negro com umas meias que parecia que tinha saído de um bordel, penteada com um cabelo louro e encaracolado - como lacaios, o General das SD não parecia tão contente. Aliás, porque uma delas era Katharina von Tifon, uma mulher que estava sempre atrás - sabia-se lá porquê - do Obergruppenführer. Ele já tinha uma esposa e três filhos. Mesmo assim, manipulava a princesa Swerdinada como se não fosse nada.

Aquele homem metia nojo a Georg-Maria. Metia-lhe nojo porque era perverso, frio e tinha uma lata para transformar a mais púdica das mulheres numa prostituta! Era claro que Georg-Maria por vezes era um pouco misógino, mas também não era assim tão machista. Sentia-se um pouco envergonhado de ter violado a parteira de Sara, há sete anos atrás. Enfim, era um bruxo jovem. Toda a gente tinha direito a errar. Mas aquele homem...de uma maneira ou de outra, ele nunca confiara no "Patrone" (como o jovem alemão de origens italianas costumava chamar a Heydrich).

Os dois olhos roxos de Georg-Maria Schwarzjaguar dardejaram, com ódio, para o antigo patrão. Se não estivesse de mãos atadas, até lhe daria um murro naquele nariz curvado! Disso ele era capaz!

- Eu não sou assim tão burro para não perceber que o trabalho de sentinela na Estação Manuelina era uma porcaria! Logo que vi o meu nome colado com letras bem grandes e gordas na merda da ficha de patente, sabia que os dias iriam custar muito mais do que ter de aturar o tabaco barato dos comunistas! - Ele respondeu, ainda confiante, a tentar desembaraçar-se das cordas...."

Bem....acho que ainda não acabei o resto...portanto....até à proxima e um abraço.