Teria sido demasiado dura para com ele, e porque raio eu queria que ele me viesse buscar, não estaria na minha sanidade? Esta coisa de estar a ser atraída como um ímane pelas forças do Mal era mais grave do que eu julgava. Mais uma vez o meu sarcasmo e cinismo não ajudaram de nada. Oh, como estava afastada de Deus e dos caminhos da virutde, porque raio não tinha tido castidade para com o meu corpo.
Fui tíbia, mas não uma malvada, eu só quero que as pessoas me respeitem, e algumas vezes, levo demasiado isso a sério. Então, abraçei as duas pequenas, e agora, também me caíam lágrimas do rosto. O pecado não compensa. Estava com tanto sono, que até tive uma ideia para compensar aquela horrível noite, e fazê-la esquecer da minha memória de uma vez por todas. E que maneira melhor do que as crianças para nos animar, não achas?
Por exemplo, as fadas são consideradas como pequenas crianças, que guiam os viajantes à noite pela escura Atlântida desde as dez e meia, que é o black-out, e as actividades da guerra civil, tanto no lado dos Cyborgs, como no lado dos Bruxos acabam definitvamente. Também, ninguém se quer cruzar com um demónio traquinas que nde pela Cyborg Town ou pela Cidade Perdida a deambular, à procura de vítimas para assustar. Os Feiticeiros Brancos são muito generosos ao emprestarem às bruxas, raparigas nobres, e a raparigas cyborgs estas pequenas companhias de cinco a sete centímetros de altura, que cabem na palma de uma mão. Ao contrário das crianças demónio, as fadas são bonitas, penteiam os seus longos cabelos com minúsculas folhas de carvalho de cristal azul-celeste que encontram na Estação Manuelina, e têm lindíssimas vozes muito baixas, que apenas podem ser ouvidas por pessoas de bom coração. O que não é o caso dos Bruxos, que adoram pregar partidas às pobres coitadinhas, achando um deleite para os seus corações emperdenidos ver as asinhas delas a ser arrancadas, é claro que isto é só feito por seguidores do Assassino do Amor.
Como nós somos muito altos em comparação com as pequenas, Euncätzio primeiro mandava arrancar as asas das suas convidadas ingénuas e jovens, depois beijava-as com um sabor de drogas com efeito hipnótico, e…Bom. Para mim o que ele fazia depois de as embebedar é um mistério. Talvez te conte no Dia da Magia Negra. As feiticeiras brancas, ou xamãs, como os atlantes lhes chamam, têm aspecto humano e usam trajes brancos solenes e muito bonitos, como se fossem as rainhas das fadas.
Dizem que a bela e boa Rainha das Xamãs luta em constante poderio contra o malvado e perverso Rei dos Bruxos, ou seja, o Asassino do Amor. E o que é esse enorme poder que eles tentam alcançar durante todas as noites do Dia da Magia Negra? Ora, são as almas das pequenas raparigas, bruxas e raparigas cyborgs. A Rainha das Xamãs é para os atlantes o que a Virgem Maria é para os portugueses. São tão queridas, as fadas. É claro que a maior parte das bruxas não acha isso. Apesar de nos salvarem a vida, algumas de nós detestamos a sua beleza, porque…Bem, porque elas têm o que aqui na Dimensão Mágica chamamos a Beleza do Bem. E assim, apoiamos o que os nossos queridos Bruxos fazem,ou seja, as fadas escondem-se, para ver se “os senhores” ou as “as senhoras” não andam por perto. Agora aquelas betinhas minúsculas estão a ser cada vez mais raras, com tantas desgraças na Atlântida e na Dimensão Mágica…Sabes, é que não é só por causa da Guerra Civil ou da Serpente de Fogo.
Com os adultos a ficarem mais cépticos quanto à ajuda das Fadas, esta classe poderá ficar extinta, e nos dias de hoje já nem sequer é considerada uma classe mágica.
Os duendes ficaram extintos no início do “novo milénio”, qual será a próxima classe dos bons seres mágicos a desaparecer da face da Dimensão Mágica…? E o contrário se passa com os Bruxos e com os Demónios. Cada vez há menos pessoas boas, não achas?
É por isso que temos tratar das boas crianças, antes que elas fiquem más, apesar daquelas duas demónios não terem alma, continuam a ser crianças.
Então, acolhi as duas meninas nos meus braços, e como ficavam pequenas em relação a mim, os seus pequenos bracinhos não se podiam comparar sequer às minhas pernas.
- Oh, meus amores? – Chamei-as ao beijá-las novamente, sentando-me no chão, e brincando com elas num tom carinhoso. – Não querem ir comigo dormir e não serem apanhadas pelo bicho papão?
Elas puseram as suas cabecinhas nos meus ombros delicadamente, a recostarem-se nos meus braços protectores, tendo a certeza que estavam seguras de qualquer perigo negro dos bruxos. Então os seus olhos negros de demónio deram-me um vislumbre de como as pequenas gémeas eram quando eram pequenitas e ainda tinham alma, e vi, aquelas duas, a serem seduzidas pela ilusão de um anjo carinhoso, a olharem para um espelho. Como é que duas lindas meninas de cinco anos seriam assim tão más…? Como é que Euncätzio seria tão malvado ao ponto de…De…Aquelas imagens quase enterneciam o meu coração. Duas pequenas ervilhinhas de cabelos curtos pretos reluzentes e queridas de trinta centímetros a brincarem com um monstro alto e louro de um metro e oitenta e dois que lhes dava doces e uma certa segurança ao pé de um pai substituto e preocupado, com um sorriso muito convencente. A máscara dele era muito boa, e comecei a ter as minhas dúvidas se ele não um feiticeiro com sentimentos, mas sim uma diabólica e fria besta! Como poderia ter enganado duas frágeis e ingénuas crianças…? Mas logo apaguei essas memórias e virei-me para os quatro olhos cheios de esperança quase a chorar, tão queridos das duas crianças, cheias de medo. Não queriam ser enganadas e caír nas mãos do Papão. Pobres coitadinhas, o que precisavam era de atenção e amor.
- Gosta de nós, Senhora? – Perguntaram as duas vozes fininhas e irritantes, com os dentes caninos de leite, num tom suplicante. – A sério?
Fui tíbia, mas não uma malvada, eu só quero que as pessoas me respeitem, e algumas vezes, levo demasiado isso a sério. Então, abraçei as duas pequenas, e agora, também me caíam lágrimas do rosto. O pecado não compensa. Estava com tanto sono, que até tive uma ideia para compensar aquela horrível noite, e fazê-la esquecer da minha memória de uma vez por todas. E que maneira melhor do que as crianças para nos animar, não achas?
Por exemplo, as fadas são consideradas como pequenas crianças, que guiam os viajantes à noite pela escura Atlântida desde as dez e meia, que é o black-out, e as actividades da guerra civil, tanto no lado dos Cyborgs, como no lado dos Bruxos acabam definitvamente. Também, ninguém se quer cruzar com um demónio traquinas que nde pela Cyborg Town ou pela Cidade Perdida a deambular, à procura de vítimas para assustar. Os Feiticeiros Brancos são muito generosos ao emprestarem às bruxas, raparigas nobres, e a raparigas cyborgs estas pequenas companhias de cinco a sete centímetros de altura, que cabem na palma de uma mão. Ao contrário das crianças demónio, as fadas são bonitas, penteiam os seus longos cabelos com minúsculas folhas de carvalho de cristal azul-celeste que encontram na Estação Manuelina, e têm lindíssimas vozes muito baixas, que apenas podem ser ouvidas por pessoas de bom coração. O que não é o caso dos Bruxos, que adoram pregar partidas às pobres coitadinhas, achando um deleite para os seus corações emperdenidos ver as asinhas delas a ser arrancadas, é claro que isto é só feito por seguidores do Assassino do Amor.
Como nós somos muito altos em comparação com as pequenas, Euncätzio primeiro mandava arrancar as asas das suas convidadas ingénuas e jovens, depois beijava-as com um sabor de drogas com efeito hipnótico, e…Bom. Para mim o que ele fazia depois de as embebedar é um mistério. Talvez te conte no Dia da Magia Negra. As feiticeiras brancas, ou xamãs, como os atlantes lhes chamam, têm aspecto humano e usam trajes brancos solenes e muito bonitos, como se fossem as rainhas das fadas.
Dizem que a bela e boa Rainha das Xamãs luta em constante poderio contra o malvado e perverso Rei dos Bruxos, ou seja, o Asassino do Amor. E o que é esse enorme poder que eles tentam alcançar durante todas as noites do Dia da Magia Negra? Ora, são as almas das pequenas raparigas, bruxas e raparigas cyborgs. A Rainha das Xamãs é para os atlantes o que a Virgem Maria é para os portugueses. São tão queridas, as fadas. É claro que a maior parte das bruxas não acha isso. Apesar de nos salvarem a vida, algumas de nós detestamos a sua beleza, porque…Bem, porque elas têm o que aqui na Dimensão Mágica chamamos a Beleza do Bem. E assim, apoiamos o que os nossos queridos Bruxos fazem,ou seja, as fadas escondem-se, para ver se “os senhores” ou as “as senhoras” não andam por perto. Agora aquelas betinhas minúsculas estão a ser cada vez mais raras, com tantas desgraças na Atlântida e na Dimensão Mágica…Sabes, é que não é só por causa da Guerra Civil ou da Serpente de Fogo.
Com os adultos a ficarem mais cépticos quanto à ajuda das Fadas, esta classe poderá ficar extinta, e nos dias de hoje já nem sequer é considerada uma classe mágica.
Os duendes ficaram extintos no início do “novo milénio”, qual será a próxima classe dos bons seres mágicos a desaparecer da face da Dimensão Mágica…? E o contrário se passa com os Bruxos e com os Demónios. Cada vez há menos pessoas boas, não achas?
É por isso que temos tratar das boas crianças, antes que elas fiquem más, apesar daquelas duas demónios não terem alma, continuam a ser crianças.
Então, acolhi as duas meninas nos meus braços, e como ficavam pequenas em relação a mim, os seus pequenos bracinhos não se podiam comparar sequer às minhas pernas.
- Oh, meus amores? – Chamei-as ao beijá-las novamente, sentando-me no chão, e brincando com elas num tom carinhoso. – Não querem ir comigo dormir e não serem apanhadas pelo bicho papão?
Elas puseram as suas cabecinhas nos meus ombros delicadamente, a recostarem-se nos meus braços protectores, tendo a certeza que estavam seguras de qualquer perigo negro dos bruxos. Então os seus olhos negros de demónio deram-me um vislumbre de como as pequenas gémeas eram quando eram pequenitas e ainda tinham alma, e vi, aquelas duas, a serem seduzidas pela ilusão de um anjo carinhoso, a olharem para um espelho. Como é que duas lindas meninas de cinco anos seriam assim tão más…? Como é que Euncätzio seria tão malvado ao ponto de…De…Aquelas imagens quase enterneciam o meu coração. Duas pequenas ervilhinhas de cabelos curtos pretos reluzentes e queridas de trinta centímetros a brincarem com um monstro alto e louro de um metro e oitenta e dois que lhes dava doces e uma certa segurança ao pé de um pai substituto e preocupado, com um sorriso muito convencente. A máscara dele era muito boa, e comecei a ter as minhas dúvidas se ele não um feiticeiro com sentimentos, mas sim uma diabólica e fria besta! Como poderia ter enganado duas frágeis e ingénuas crianças…? Mas logo apaguei essas memórias e virei-me para os quatro olhos cheios de esperança quase a chorar, tão queridos das duas crianças, cheias de medo. Não queriam ser enganadas e caír nas mãos do Papão. Pobres coitadinhas, o que precisavam era de atenção e amor.
- Gosta de nós, Senhora? – Perguntaram as duas vozes fininhas e irritantes, com os dentes caninos de leite, num tom suplicante. – A sério?
Eu ri-me, muito comovida com a triste e trágica das pobres meninas, e os meus olhos azuis claros birlharam de amor, ao dar um mágico e generoso beijo às duas desgraçadas e condenadas a vaguear no nosso Château. Tinha mesmo de dar algo muito bom àquelas amaldiçoadas crianças, mas o quê…? Amor. Sim, era o que elas precisavam. Muito, muito, muito, muito, muito, muito amor! Eram quatro da manhã, e lá estava eu com sentimentalismos. Ai, ai… Para uma rapariga cínica, estou a tornar-me bastante boazinha, não achas? Já sei! Ia proporcionar-lhes a honra de irem dormir mais um pouco comigo para não me acharem má pessoa. Pelo menos assim, conseguiriam respeitar-me, talvez…Antes disso… Ia pedir à cozinha três chocolates quentes, e como sabia que amanhã era o último dia de escola para mim, não fazia mal nenhum chegar atrasada.
- Oh! – Disse eu limpando uma coisa no olho. – Gosto muito de vocês, minhas queridas.
Fui conduzir as duas meninas através do corredor de penumbra e sombra, e andávamos cautelosamente enquanto uma sombra furtiva de um homem alto inquietante nos seguia e espalhava doces pelo chão para nós comermos no caminho de volta à minha caminha.
Ternamente, lançou-nos um beijo, e desapareceu tão misteriosamente na escuridão como tinha aparecido. Talvez o meu anónimo padrasto a ter dó de nós as três, e achasse que depois de um chocolate quente saberia bem uns pãozinhos quentes de chocolate branco. Um anjo ou um Diabo…? Eu não sei responder a esta pergunta, mas talvez tu consigas ajudar-me, mas, se também não sabes, não faz mal.
- Oh! – Disse eu limpando uma coisa no olho. – Gosto muito de vocês, minhas queridas.
Fui conduzir as duas meninas através do corredor de penumbra e sombra, e andávamos cautelosamente enquanto uma sombra furtiva de um homem alto inquietante nos seguia e espalhava doces pelo chão para nós comermos no caminho de volta à minha caminha.
Ternamente, lançou-nos um beijo, e desapareceu tão misteriosamente na escuridão como tinha aparecido. Talvez o meu anónimo padrasto a ter dó de nós as três, e achasse que depois de um chocolate quente saberia bem uns pãozinhos quentes de chocolate branco. Um anjo ou um Diabo…? Eu não sei responder a esta pergunta, mas talvez tu consigas ajudar-me, mas, se também não sabes, não faz mal.
Ao descer as escadas com as pequenas traquinas que deslizavam pelo corrimão com cuidadoso vagar, suspirei de alegria. Quando chegássemos ao átrio, de certeza que iriam gostar da surpresa que lhes tinha reservado. Depois, com a ajuda do meu padrasto, iriam dormir um dia descansado. Os Demónios só acordam à noite e dormem de dia.Gostava muito de fazer um pouco pelas pobres orfãzinhas.
A partir daquele momento, iriam ter quartos adequados, não iam trabalhar para a dona bruxa insatisfeita. É verdade, mesmo as crianças demónio têm obrigação de trabalhar para os Bruxos e para as Bruxas. Escravidão, é isso o que é esta porcaria. Jamais irão chorar outra vez.
Fui um pouco ingrata com Deus quando tratei mal Nälden, mas agora está tudo resolvido, vais ver se um dos meus objectivos até ao fim do ano lectivo não será tratar essas coitadinhas vadias como verdadeiras princesinhas.
Contar-lhes histórias de embalar, tratá-las como crianças com direito a sentir, a amar, a viver, a brincar, a comer, a aprender, e a crescer…!
Reparei ao olhar para trás que pequenas caixinhas de doces aparecíam sempre que descíamos um degrau, então os deleites alimentares surgiam.
Com a ganância a tentar-me, quis ver para mais atrás no meio dos degraus, mas se o meu padrasto estaria a tentar-me…? A testar a minha gula, e acredita, testar os meus pecados mortais é muito fácil.
Isto parece mais uma tenebrosa caça do Gato ao Rato, mas quem é que será o gato…?
Mas eu adoro, e isso é uma coisa que o meu padrasto não pode prever na sua avariada e antiquada bola de cristal…! Eh, eh, eh…
E se há coisa que eu também goste é de um bom mistério para reolver, portanto, não olhei para trás, e continuei a descer as escadas sorrindo para a parede e deitando a língua de fora para a sombra que nos seguia, o bruxo negro desapareceu, extinguindo-se como uma chama apagada pela luz do bem: o Sol que brilhava por entre o horizonte, escondendo-se num espelho escuro de madrepérola perto das portas da biblioteca na parede direita do átrio.
Ao som surdo do último trovão da noite, a aterradora sombra desapareceu no espelho, e por fim, podíamos respirar.
Mas não ligámos muito a isso, pois quem se importa de um pequeno trovão e de um bruxo fraco e a deambular entre este mundo e o Limbo dos Espelhos? Ninguém.
Iamos dirigir rapidamente para a cozinha no canto superior direito da nave em forma de cruz de templários que caracterizava a forma da área do átrio principal do Château.
Reparei no Sol que batia quase divinamente contra a minha face, anunciando mais um dia fantasioso no país das maravilhas e sonhos que é a Atlântida. São momentos de paz tão pacifícos como este que fazem valer a pena em viver aqui. É claro que temos de esperar mais três horas para vermos outra coisa magnifíca e esplêndida de viver no luxuoso e sumptuoso Château von Tifon.
A partir daquele momento, iriam ter quartos adequados, não iam trabalhar para a dona bruxa insatisfeita. É verdade, mesmo as crianças demónio têm obrigação de trabalhar para os Bruxos e para as Bruxas. Escravidão, é isso o que é esta porcaria. Jamais irão chorar outra vez.
Fui um pouco ingrata com Deus quando tratei mal Nälden, mas agora está tudo resolvido, vais ver se um dos meus objectivos até ao fim do ano lectivo não será tratar essas coitadinhas vadias como verdadeiras princesinhas.
Contar-lhes histórias de embalar, tratá-las como crianças com direito a sentir, a amar, a viver, a brincar, a comer, a aprender, e a crescer…!
Reparei ao olhar para trás que pequenas caixinhas de doces aparecíam sempre que descíamos um degrau, então os deleites alimentares surgiam.
Com a ganância a tentar-me, quis ver para mais atrás no meio dos degraus, mas se o meu padrasto estaria a tentar-me…? A testar a minha gula, e acredita, testar os meus pecados mortais é muito fácil.
Isto parece mais uma tenebrosa caça do Gato ao Rato, mas quem é que será o gato…?
Mas eu adoro, e isso é uma coisa que o meu padrasto não pode prever na sua avariada e antiquada bola de cristal…! Eh, eh, eh…
E se há coisa que eu também goste é de um bom mistério para reolver, portanto, não olhei para trás, e continuei a descer as escadas sorrindo para a parede e deitando a língua de fora para a sombra que nos seguia, o bruxo negro desapareceu, extinguindo-se como uma chama apagada pela luz do bem: o Sol que brilhava por entre o horizonte, escondendo-se num espelho escuro de madrepérola perto das portas da biblioteca na parede direita do átrio.
Ao som surdo do último trovão da noite, a aterradora sombra desapareceu no espelho, e por fim, podíamos respirar.
Mas não ligámos muito a isso, pois quem se importa de um pequeno trovão e de um bruxo fraco e a deambular entre este mundo e o Limbo dos Espelhos? Ninguém.
Iamos dirigir rapidamente para a cozinha no canto superior direito da nave em forma de cruz de templários que caracterizava a forma da área do átrio principal do Château.
Reparei no Sol que batia quase divinamente contra a minha face, anunciando mais um dia fantasioso no país das maravilhas e sonhos que é a Atlântida. São momentos de paz tão pacifícos como este que fazem valer a pena em viver aqui. É claro que temos de esperar mais três horas para vermos outra coisa magnifíca e esplêndida de viver no luxuoso e sumptuoso Château von Tifon.
Como o Bicho-Papão anda sempre à coca,
Nos bolsos tem duas caras,
Ele é impossível, nariz e olhos de foca,
Encontra-se geralmente no escuro baile das máscaras!
Egoísta, generoso;
Cavalheiro medieval;
Doce, perigoso,
Frio, carinhoso...?
Será um princípe encantado disfarçado
De Génio do Mal...?!
Padrasto meu, tenha juízo,
Desligue esse seu coração fixo,
Qualquer dia,
Ainda vai acabar no Carnaval!
Anjo ou demónio, preciso de saber afinal,
Este mistério tem de ser resolvido,
- Quem é aquela linda menina?
Viverá na famosa Cidade Perdida,
um local encantado ou amaldiçoado...?
Eu estou farta de procurar,
Mas em nenhum sítio consegui encontrar,
Esse tal Diabo que me quer torturar!
5 comentários:
O seu também é bem longo, mas é gostoso de ler.
Bom, muito bom.
Um blog de contos vindo do outro lado do oceano.
Seja bem vinda.
Vou começar a ler aos poucos os contos anteriores, devo demorar porque preciso me familiarizar com algumas diferenças de idioma, principalmente as gírias, mas nada que não seja difícil de me adequar.
Abraços! o/
Muito bem retratado o contraste Bem /Mal nas figuras e na vida.Fadas contra bruxas;Rainha das Xamãs versus Assassino do Amor.Como é linda a sensação de ternura e amor que dispensas às "duas frágeis e ingénuas crianças"!E se,como dizes,cada vez há menos pessoas boas...transmites um indício de esperança .
Gostei muito,muito.
Muito comovente.
Fizeste lembrar-me de um poema da Sofia (MeloBreyner)que te envio:
"Sozinha caminhei no labirinto
aproximei meu rosto do silêncio
e da noite
para buscar a luz dum dia limpo"
1 beijo
Mais um belo texto. Que venham muitos mais... "Tô de olho!"
Postar um comentário