quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O falcão branco...

Para marcar o fim de mais um ano - que só espero que se prolongue por muito mais tempo - do meu blogue, decidi contar-vos - eu Tifongirl - como é o filho do Duque Adrian Demetrius von Tifon (o Duque é o avô da Jessica) , agora que já não o vejo mais como um personagem demasiado inútil para se ter perdido na selva africana em 1929 - coisa que por acaso, até aconteceu.

Ludwig Johann von Tifon- era assim que se chamava na altura em que pensei nele, naquele Verão de 2007 - era um "homem muito dado a festas e importantíssimo na Bellanária por causa do seu negócio de têxteis".

Acho que Ludwig seria o típico Alemão por excelência, cara redonda, o tom de voz era untuoso, rápido mas solene. Cabelo escasso e quase branco, um bigode louro a pender-lhe dos lábios, sempre molhados pela cerveja. Um pequeno, mas bonacheirão sorriso. Um gigante encorpado, que ainda tinha um pouco de gordura na barriga.

Nunca falei muito nele durante estes anos todos porque sempre pensei que fosse um personagem demasiado aborrecido para se falar - aliás, de camelos já estamos fartos, se é que me entendem!

Quando passei a incluir personagens Japonesas - para aí em 2008 - comecei a ver que o estereótipo é um pau de dois bicos para o escritor. Em 2010, a Lisa Kallerud (aquela amiga minha Norueguesa) reparou como Katharina - a irmã de "Ludwig" era o estereótipo da mulher Barbie, da mulher superficial que a sociedade consumista ocidental originou no pós-guerra. O que é um pouco ridículo, pois Katharina gasta demasiado numa época em que supostamente (nas primeiras décadas do século vinte) não se devia gastar muito. Acho que foi este contraste hilariante com os outros Von Tifon que cativou a minha amiga a achá-la (à Katharina, a mãe da Jessica, tão cómica). A partir de aí, foi um saltinho para que os filhos do Duque - que, como já disse em 2008, é um homem muito severo - fossem exactamente o contrário do que ele é, pelo menos na personalidade!

E a partir destas ideias - e de muitas mais - Charlotte e Katharina tornaram-se hoje em dia em das muitas personagens que dão cor ao Château von Tifon.

Em relação a Ludwig, foi preciso um raio de inspiração - e o facto de que outras personagens começaram a surgir (incluindo a mulher dele) - e muita, muita, muita pesquisa sobre actores, personalidades interessantes para descobrir o primeiro filho do Duque: Kazuhiro von Tifon. Só há poucos meses é que mudei o nome dele.

Ludwig emagreceu, tornou-se um pouco mais esbelto e elegante, o aspecto mudou de um Europeu para um eurasiático com cabelos negros e lindos olhos azuis rasgados e barba feita. Não acho que seja assim tão alto quanto o pai, mas que o Kazuhiro é alto, é. Tem um ar afável e sorridente, muito simpático.

Não é que eu tenha vista visto, mas se o visse, talvez os três sinais de nascença nas palmas das mãos e na coxa direita denunciassem - isto se estivesse nu - a família a quem pertence. Mas talvez o verbo pertencer seja demasiado forte para um homem que normalmente passa o tempo ou agarrado ao seu bloco de notas, ou atraído por um possível local onde se possa inspirar. Teria uma voz clara, nem muito grave, nem muito aguda. Ao contrário do pai, o nariz não é adunco, mas sim fino e recto. Atlético, possivelmente pelo facto de praticar o manejo da espada Japonesa e artes marciais - se bem que reluctantemente e mais por causa do pai do que por sua própria vontade - Kazuhiro tem aquele sorriso que qualquer homem nobre teria: o de um cavalheiro. Parece ter uma espécie de distinção que faz com que as pessoas adivinhem logo que é uma pessoa de boas famílias.

Fala fluentemente Inglês, Japonês, Bellante Nortenho, e Russo. O Alemão que ele fala é um crioulo do Bellante (língua que de si já é uma mistura de outras línguas, incluindo o Nahuatl dos Aztecas), Japonês e Alemão - o famoso sotaque da Cidade Perdida. É um homem das artes, especialmente da pintura e do desenho. Vejo-o perfeitamente, introspectivo, em frente dos jardins do palácio da sua família, mais claramente a olhar para as açucenas, para os jasmins e para as rosas - brancas e harmoniosas, deitado na relva, simplesmente satisfeito com a alegria de traçar com a mão caracteres Japoneses o nome da mulher que ama no céu...mesmo que tenha quarenta e tal anos!

Apesar de tudo isso, ele é um homem forte cuja cicatriz na bochecha direita é a de um dardo envenenado com a substância tóxica de uma rã sul-americana. Dá-me arrepios só de pensar que tipo de combate terá sido esse em que ele ganhou aquela cicatriz!

Pelo que vos contei, já devem ter-se apercebido que ele é muito dado a viagens, mesmo que essas mesmas viagens acabem em sarilhos! Artista, excêntrico - como a maior parte dos seus antepassados - Kazuhiro deve ser o tipo de homem que gosta de conversar com toda a gente. Podia ir para uma rua perfeitamente inacessível à maior parte dos pensadores e homens que gostam de ficar sozinhos com a sua arte, como também pode perder-se nas horas ao observar o mar.

Não se acha um génio, apenas pensa, e desenha aquilo que vê e que capta com os seus cinco sentidos, que de si, já são muito apurados. Tem um bom humour espantoso, calmo, mas também bem-disposto, com um sorriso bem posto, um bom dia sempre refinado e educado, nem muito espalhafatoso, nem frio demais.

Às senhoras, cumprimenta com um beijo na palma da mão, e aos homens com um aperto de mão suave e delicado. Tanto gosta de ouvir música clássica como jazz...também gosta da música tradicional do país natal da sua avó, embora as notas convencionais dos instrumentos Japoneses o deprimem. Prefere a cama de rede às camas normais.

Devora livros como quem está ansioso para ler - e para fazer uma teoricamente construída crítica - sobre uma nova visão do mundo.

Que mais ele quereria descobrir na obscura Bellanária da Segunda Guerra Mundial ...? Um homem que passaria assim tanto tempo no estrangeiro (e que nada sabe sobre a situação entre o Japão e a grande Ilha Bellante) seria capaz de escolher entre o seu dever e o amor que sentía por aqueles que mantiveram a sua alma como uma pura e desprovida de malícia?

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