quarta-feira, 4 de abril de 2007

17-09-2005 - O Palácio das Reuniões e a Serpente Arco-íris


Friday – Sexta-Feira Â
 Tenho de me habituar a escrever em Português, mas é tão difícil…Se calhar vou pedir ajuda ao Tio Set…Não! Uma von Tifon arranja-se sozinha, não precisa de amigos! Veremos…Eh, eh, eh…


Bom, depois de alguns dias limpar a confusão que os Fuinhas fizeram (foi a Spectinha e o Seth disseram para limparmos o café, não sei como é que eles souberam), finalmente as aulas começaram, não é que eu seja marrona, mas quero ver quais são os colegas, professores, livros, tu sabes.
Quando chegámos ao Palácio das Reuniões (que parece-se com tudo acerca de arquitectura moderna menos um palácio), tivemos a sorte de ver o Pedro e o Grupo das Setas!
Ele estava 5 metros afastados do Grupo, parecia que o Grupo estava a discutir, pois ele odeia discussões!
A primeira que ouvi foi a Sara a dizer:
- És insuportável, sabias?
O Pedro tentou acalmá-los, erguendo as mãos e intrometendo-se entre os dois, com um sorriso nervoso.
Fiquei espantada, na verdade, o Pedro não é aquele tímido que pensava que ele era, até é bem arranjado e tal, está na minha lista de meninos bem comportados.
Tem a sua opinião, e isso é uma coisa boa num rapaz. Deve ser às direitas.
- Vamos lá, não vamos começar a discutir…Oh! O velho chato do vosso tio não veio? – Perguntou o Pedro (ele sabia que eu e as manas tínhamos um tio, mas ele não sabia que era o Seth em pessoa!)
Devo-te uma explicação: nós, os bruxos von Tifon, nunca damos a nossa identidade, e esta guerra chega para nós, afinal, a nossa família está nisto há mais de vinte mil anos, e confesso que esta matéria tem-me interessado muito mais do que as novas disciplinas.
Apenas temos de trazer para este 1º dia um caderno de anotações para a marcação de exames, uma caneta – como é óbvio – e um lápis, mais uma borracha e um apara-lápis para caso venha a ser preciso. O resto, isso sabe-se na próxima semana.
Esta guerra é uma guerra de guerrilha e de espionagem, ou seja, que ambos os lados tentam adivinhar a jogada seguinte do adversário e num tiro certeiro, tentam confundi-lo para apanhar o número possível de objectos sagrados ou oficiais importantes. É como um jogo de xadrez, cada peça – Soldado, artilharia, barco, avião ou arma, neste caso em particular – tem a sua função especial e feitiços. Por exemplo, aquele general do qual te contei no dia anterior é quase tão importante quanto uma rainha no xadrez. Agora o Rei é uma Princesa perdida, se alguém um dia capturá-la, e levá-la para o seu lado, a guerra acaba, quando a encontrarmos, fazemos xeque-mate, ganhamos a guerra. O nosso trabalho de filhas dos von Tifon, como meros piões – por enquanto… – Apenas consiste em estudar o máximo que pudermos para depois tornarmos cavaleiros, ou cavalos.
O único problema é que tal Princesa é um mito, mas, segundo dizem os jornais, parece que ela se inscreveu em segredo no liceu do Palácio das Reuniões. E se os rumores são reais…? Talvez possa conhecê-la. Bom, mas isso era ser sorte demais. Era como ganhar o Euro milhões: ao todo existem cinco milhões de alunos em todo o Palácio das Reuniões, seria como encontrar uma agulha no palheiro, mas farei o melhor que puder.
A descrição da Princesa é mais ou menos assim: tem olhos azuis grandes bonitos e assustadiços que já clamaram muito pelo seu povo, pequena como uma pequena pérola no oceano, branca como a neve pura dos Alpes das Sereias (outra região diferente da Atlântida) e por fim, com cabelos pretos longos finos a fazerem uma cascata de bonitas cores escuras a cobrir o seu rosto quadrado de modelo, um nariz pequeno e franzino sem uma única borbulha e, dizem as lendas que por esta altura, ela teria a forma do corpo de uma rapariga de dezoito anos…Espera aí! A Sara encaixa perfeitamente no papel de pequena Princesa, ela é exactamente igual à rapariga do cartaz.
E porque não…?
Será que ela é mesmo a Princesa Serpente Arco-íris, que os antigos versos atlantes falam com tanta ansiedade e júbilo…? Terei de lhe perguntar, mas não directamente, senão a pobre da rapariga ainda fica com traumatismos. Ouvi dizer que uns bruxos, muito, muito maus, decidiram um dia há dois anos atrás fazer a vida negra à pobre coitada da Princesa Arco-íris e raptá-la. E não estou a falar dos bruxos da minha família, mas sim bruxos piores, que tinham conhecimento das magias antigas negras. Aqui no Palácio das Reuniões e na Atlântida essas magias não são usadas há mais de sessenta anos, durante a Segunda Guerra Mundial, ela foi utilizada resmas de vezes. Sim, é horrível e triste pensar que este bonito mundo também sofreu as atrocidades provocadas por aqueles bruxos, e digo isto porque acredito mesmo que aqueles perversos malvados utilizaram magia proibida para destruir e arruinar a maior parte das paisagens naturais que restavam da Dimensão Mágica.
Perguntei hoje de manhã ao Tio Set quem é que poderia ter feito uma coisa dessas, quem foi o comandante daqueles horrores, e este, com a sua voz velha e fraca a falhar como sempre (Pobre Tio, deve ter visto tantos males durante a sua longa vida) disse num tom rouco:
- Jessica, os que provocaram tal desastre foram os Bruxos Nazis.
Eu, espantada por aqueles Alemães também fazerem das suas na Dimensão Mágica, levantei da minha cadeira, e sem querer entornando os meus cereais na saia, pus a mãos a lavar, depois, limpei o que tinha sujado com desprezo.
Malditos, como puderam ser tão maus e sádicos…?
- Mas aqueles monstros assassinos também existiram na Dimensão Mágica…? Aqueles frios perversos que personificaram o Mal em pessoa…
Sim, infelizmente eles tinham existido e pisado esta terra maravilhosa como se fosse sua, graças a Deus que perderam a guerra!
Mas o Tio ainda me avisou para não deitar os foguetes antes da festa e para não julgar as coisas só pelos olhares do preconceito, pois em breve teria uma surpresa que não estaria à espera…Que raio estaria ele a falar…? Oh! Tenho coisas mais interessantes para te falar do que contar as aranhas e répteis que aqueles bruxos mais bruxos à face de toda a Dimensão Mágica tinham!


- Eu só disse que aqueles tipos eram uns palermas. – Disse ele surpreendido.
Ela abanou a cabeça, mostrando a sua baixa estatura, no entanto, via-se que era uma rapariga forte e corajosa.
- Palermas sim, mas também eram giros. – Disse a Sara.
Outro rapaz encolheu os ombros metendo as mãos nos bolsos, conformado com a situação e contente pela pequena discussão ter acabado.
- Mulheres. – Suspirou ele.
Ri-me, eles pareciam simpáticos, mas para chegar ao Palácio das Reuniões ainda faltavam uns bons metros, por isso, teria muito tempo para conhecer os novos colegas, não achas que mudar de escola é fixe? Conhecem-se novas pessoas, e eu estava ansiosa por mudar de ares, da chuva e por coincidência, consegui tudo o que queria, sim estava mesmo tudo a correr bem. Só esperava que isto se mantivesse assim mesmo, era tão fixe que assim acontecesse, porque estou com um pressentimento que as anormalidades ainda não acabaram…Por agora!
Suspirei e muito contente, aproximei-me do grupo de amigos, e curiosa, como sempre, sorri para os conquistar, é como disse Shakespeare: “Sorri e o Mundo sorri contigo”.
- Felizmente não. – Disse eu tentando entrar na conversa. – Olha, de que é que vocês estavam a falar?
Pedro virou-se para mim e sorriu, sem saber também o motivo daquela discussão idiota, era mesmo uma briga que não fazia sentido. Só por causa de um deslize da língua…
- A Sara começou a dizer que os tipos melgas do café eram boas pessoas e… – disse ele.
Olhando para os lados, e certificando-me que ninguém estava a ouvir, lancei um ar vazio para ele, como se não soubesse de nada. Nestes tempos que correm, todo o cuidado é pouco.
- Os fuinhas? – Perguntei.
Acenou com a cabeça, vendo que eu estava atenta a ver se não havia nenhum agente das SPV por perto. Preveni-me para este primeiro dia com a melhor informação, e soube, desde manhãzinha, que iria encontrar alguns soldados da SPV a rondar a zona, por enquanto, estava tudo bem.
- Sim, esses. Depois este aqui disse que eles não a mereciam e que…
De repente, uma voz solene (e com problemas no microfone) disse:
- Hã…Isto está ligado à ficha, nicht wahr
[1]? Bem, todos os alunos e os seus acompanhantes devem dirrigirr-se às porrtas parra o ano lectivo começarr.
Quem seria o palerma do alemão que estaria a trabalhar com o sistema patético e antiquado de som…? Fosse quem fosse, eu tinha a certeza que ele não seria bom da tola, porque a sua voz de homem de vinte e sete anos combinava com o aspecto cool, no entanto era alemão. Não que eu seja xenofóbica, mas aquilo era uma torre de um metro noventa e dois centímetros. Aposto que é bruxo, só nós somos assim tão altos.
Nós fomos às portas, mas o alemão (a voz com problemas no microfone era a dele) só dizia:
- Não têm acompanhante, não podem írr à reunião.
O Pedro defendeu-nos, e com os seus olhos castanhos, e querendo ser nosso colega e amigo, decidiu pôr um olhar como se dissesse “olha lá boche, se queres tareia, é a seguir, é que é já a seguir”. Ri-me, mas vi que o meu amigo não estava com meias medidas e queria que nós fôssemos à apresentação.
- Não faz mal, eu responsabilizo-me por elas. – Disse ele.
Para mostrar que não era uma rapariga cobarde, decidi fazer frente também ao grandalhão, e ele ficou logo em sentido quando viu a minha tatuagem dos von Tifon.
- Além disso, nós temos os tickets. – Disse eu.
Ele cruzou os braços, vindo que estava derrotado por nós os dois – Um cyborg com uma aprendiz de bruxa von Tifon, não tinha hipóteses – entregou os bilhetes, olhando-nos com um ar de humilhado. Não sei porquê. Nós demos-lhe uma boca que foi demais, e era melhor não amuar.
- Está bem Pedrro Darrdinho, porrta 50, ranhurra 5. – Disse o falcão.
Quando pusemos os tickets (que mais pareciam chaves do que bilhetes) na ranhura, as portas abriam-se sozinhas e uma sala de conferência nós vimos com os nossos próprios olhos: era enorme, tinha espaço suficiente para 10.000 pessoas, um palco com uma largura de 50 metros e um comprimento de 100 metros!
O meu Pedrinho, que foi tão querido por nos defender, conduziu a mim, às manas, e aos outros amigos dele para uma fila e armado em líder com um sorriso bem disposto naquela manhã radiante, sentou-se logo e deixou que eu me sentasse ao pé dele. Estou a começar a gostar da Dimensão Mágica, ai se estou! Eu já não te disse isso antes ou é impressão minha…?
- Vamos sentar-nos na fila 30, bancos A; B; C; D; E; F; G; H e I. – disse ele.
Enquanto estávamos a contemplar aquela beleza do tecto, o Digas levantou-se, e lá foi subindo a enorme escadaria que ia para baixo e que separava o auditório do resto dos corredores.
- Tenho de ir. – Comentou ele a correr muito depressa.
Minutos depois, ainda estávamos à espera do Digas, que chato, e pensar que ele e a Sara são irmãos, ai haja paciência para tanta lentidão. Nem acreditava que meia hora, nós ainda estávamos pregados às cadeiras, sem puder fazer nada, que fixe! Estava-me a divertir à brava, nem te conto. O meu sarcasmo atingiu cá um nível que passada uma hora, o Pedro decidiu animar aquilo tudo.
E com um sorriso amarelo comentou apontando para os altifalantes (o que iria ele fazer, não iria certamente chamar o Circo Cardinali, pois não?):
- Já vão ver como é que ele usa o mi…
O Pedro foi interrompido pelo barulho que o Digas fez com o microfone:
- Hã…Desculpem lá, o Grande Lança quer dizer umas palavrinhas.
- Obrigada Digan, o que eu queria dizer é que não só teremos os enxames e testes como também teremos a visita de 3 das escolas mais famosas de magia, e elas são:

· A Secundária EB 2,3 Oriental do Grande Dragão…

Um dragão veio ter justamente aos lugares reservados, cuspiu fogo pela boca que se transformou em alunos sentados nos bancos; quanto ao dragão, ele transformou-se num senhor muito velho com um bastão em forma de dragão e disse:
- Grande Lança, meu amigo!
- Estou a ver que os teus alunos já se sentaram. – Disse o Grande Lança espantado.
- Sim, sabes que é costume lá na China as pessoas serem muito educados. - Disse o Grande Dragão.
- Vai-te sentar que eu depois conto as novas.
O velho foi sentar-se perto dum que indiano que parecia ser o stôr de matemática (eu topo os stôres de matemática a milhas), depois o Grande Lança continuou a ler a lista.



· A Secundária EB 2,3 Oriental do Grande Dragão…

Um dragão veio ter justamente aos lugares reservados, cuspiu fogo pela boca que se transformou em alunos sentados nos bancos; quanto ao dragão, ele transformou-se num senhor muito velho com um bastão em forma de dragão e disse:
- Grande Lança, meu amigo!
- Estou a ver que os teus alunos já se sentaram. – Disse o Grande Lança espantado.
- Sim, sabes que o costume lá na China as pessoas serem muito educadas. - Disse o colega chinês sorrindo muito bem disposto e apertando a mão ao seu irmão de sangue.
O Grande Dragão e o Grande Lança são irmãos de sangue e de energia mágica desde os tempos em que andavam neste mesmo palácio como aprendizes de feiticeiros brancos.
- Vai-te sentar que eu depois conto as novas.
O velho foi sentar-se perto dum que indiano que parecia ser o stôr de matemática (eu topo os stôres de matemática a milhas), depois o Grande Lança continuou a ler a lista.


· O Colégio Ortodoxo Soviético de Moscovo

Um monte de cores vermelhas seguiam uma águia de duas cabeças enquanto entravam no auditório, as cores vermelhas transformaram-se em alunos, a águia num cyborg que gritou:
- PEDRO FRANCISCO ALEJANDRO MIGUELITO KORSAKOV BOMARA QUETZACOTAL DARDO!
Um velho cyborg rabugento pelos vistos! Rodou a cadeira de rodas em direcção ao palco, dizendo palavrões em Russo, com um rosto pálido quadrado de sessenta anos enrugado. Era o Sr. Reitor Alexandre Korsakov, um santo padroeiro um pouco velho, com mais de quinhentos anos, do tempo de Pedro o Grande.
Mesmo assim, com aquela idade toda, governava o velho colégio e liceu com punho de ferro e nenhum dos alunos se queixava ou ficava sentado quando o Sr. Reitor entrava numa sala, todos lá em Moscovo deviam-lhe respeito pela idade e pelo grande conhecimento que possuía. No entanto, aqui em Portugal da Dimensão Mágica, as coisas não assim tomadas tão a sério…Talvez esta ideia de fazer os câmbios com mais três escolas seja uma má ideia.
Sim, é uma má ideia, mas mesmo assim, toda a gente levou a coisa na brincadeira, e o Grande Lança sorriu para o colega, que agora explodia de raiva, um pouco rabugento mas cómico. O nosso director sempre foi uma pessoa muito brincalhona
- Tem calma Alexandre! O Pedro só se instalou aqui por que queria estar com o pai, entretanto vai-te sentar, ok? – Disse ele.
O velho homem de cadeira de rodas moreno com uma barba castanha que chegava ao colo concordou, fazendo que “sim” com a cabeça e riu-se da figura que tinha feito.
- O.K. – disse o cyborg.
Ela muito surpreendida, perguntei:
- Quem é o resmungão?
- O meu 1º stôr, director do Colégio Ortodoxo de Moscovo e meu avô da parte da mãe. Acredita, ele tem duas personalidades! – Respondeu o Pedro com um sorriso.

· …e finalmente, mas não menos importante: A Secundária E.B. 3 e Faculdade de Artes, Letras e Magia da Califórnia!

Um grupo fanfarra entrou de rompante, eram muito pequenos os alunos: tinham 1,05 m (havia 6 que eu conhecia muito bem); depois entrou o reitor que media 1,40 m, o que fez o Grande Lança ter de se baixar para dar um abraço ao colega (o Grande Lança mede 1,80 m, portanto já estás a ver a grande salva de gargalhadas que aquele acontecimento provocou). O reitor pequenote abriu muito os olhos verdes na sua cabeça pequena triangular e fez com que todos os seniores americanos parassem de falar e de se rirem da figura dele.
- PAREM DE RIR! SUAS HIENAS DESMIOLADAS! – Disse o reitor para um grupo ao fundo do auditório.
O grupo ao fundo era o mesmo grupo do café! Temos mesmo de os aturar, são soldaditos de dezoito com miolos e do tamanho de feijões! Tão burros…! Onde a Dimensão Mágica vai parar, e estou mesmo a falar a sério.
Finalmente, depois de todos terem ido embora, tive a oportunidade de falar com a Sara acerca daquele assunto que tu sabes. Aquele acerca da Princesa Arco-íris.
Sentei-me num banco ao sair do auditório, e vendo que ela já tinha saído e estava a falar com as novas amigas – Uma chinesa mais pequena que ela, e uma rapariga loura de pele pálida, com olhos azuis, alta de um metro e noventa, com um rosto de modelo e um sorriso tridente, parecia uma modelo – chamei-a acenando com a mão, e esta veio ter com as duas raparigas. Realmente, vamos ser grandes amigas, tenho essa impressão.
Muito satisfeita com tudo aquilo, ao ver que nós as quatro estávamos juntas, comecei a falar.
- Sara, reparei que tu és muito parecida com a Princesa…
Mal tinha pronunciado o “P”, ela não quis saber e virou as costas, sentindo-se mais pálida da cal e tremendo cheia de medo.
A rapariga asiática pôs o indicador sobre os lábios vermelhos e, ajeitando a sua saia, falou baixinho para mim.
- Calada, ele pode ouvir-nos! – Disse a chinesa.
Lancei-lhe um olhar curioso, e fitando-a nos olhos, reparando que não estava nem um único agente das SPV, encolhi os ombros.
- Ele quem? – Perguntei eu, não vendo nenhum rapaz à vista. De que homem estaria elas a pensar, é que eu não via nem uma vivalma masculina pelos corredores.
Que segredo a Sara esconde…? E porque seria que tinha a impressão que estávamos a ser vigiadas…? Que assustador, nem queria pensar o que é que seria!
A russa baixou também a voz e agachando-se ao meu lado, para ser discreta, sussurrou ao meu ouvido:
- Está um bruxo muito poderoso a seguir-nos. Temos receio que seja o mesmo cujo fez esta marca à Sara.
Ela apontou para uma assinatura a arder num fogo negro na mão esquerda da Sara e com um corte enorme e profundo no seu palmo, a ficar cada vez mais fraca, tentei ver melhor de quem era a assinatura, mas ao tocá-la, vi que era magia, magia antiga, e muito gelada e a escaldar ao mesmo tempo.
Um bruxo? Era cá dos meus ou seria um Bruxo Nazi…? Tenho de dizer-te que nós, pelo menos a nossa família, pertence a uma classe de bruxos bons, não, não era nada meu ou da nossa família, aquilo era mesmo magia negra antiga proibida, ou como o Tio Set e o Primo Horus lhe chamam, a MNAP. Quem quer que tivesse feito aquela magia, devia ser um bruxo muito maléfico e perverso, sabendo que a sua fusão de caligrafia serviria para uma mistura de magnésio com a pedra sagrada magnetite, sim, o meu apelido é também o nome de uma substância. Mas esta magnetite tinha sido utilizada em alto nível, aquele feitiço tinha sido invocado com a maior das cautelas e discrição.
Que estranho encantamento seria aquele…? O que quer que fosse, eu não poderia examiná-lo com mais precisão, pois o relógio era claro, marcava as cinco e eu tinha-me que despachar para apanhar o metro.
Despedindo-me das novas amigas, e tirando o cartão que era o passe para o metro, acenei com a mão enquanto via a chinesa e a russa a ajudarem a Sara a restituir a sua energia mágica. Já que te falei da energia mágica, tenho que te explicar o que é: uma espécie de sangue prateado que corre nas minhas veias, aliás, corre em tudo o que é vivo aqui na Dimensão Mágica. Deveria ser aquilo que o nosso “bonito bruxo” queria: a energia mágica da Sara. Pensei que quando chegasse a casa, iria ver o que este feitiço realmente é, e aí saberia o que tanto perturbara a Sara, mas não seria tão simples como julgara, teria também de informar a minha família.
Bruxos Nazis, esses e os Assassinos do Amor são uma vergonha para os von Tifon, os Bruxos normais e bons, não nos damos lá muito bem com essa gente.
É verdade, nós Bruxos é que andamos às guerras, e os Feiticeiros Brancos andam a beber chá com bolinhos. Então, os Assassinos do Amor são os piores bruxos que existiram ou existem ou existirão à face da Atlântida, mas ainda não sei que tipo de feitiços ou encantamentos que eles preparam…
Pois, a Dimensão Mágica é uma caixinha de surpresas




Bem, a vida está mesmo complicada!
HELLO!!!...
Alguém não vê que este sítio é de tirar os parafusos
[2]?
[1]“ Não é? “ em alemão
[2] Expressão atlante para dizer – “de se ficar maluco!”

Um comentário:

Anônimo disse...

Fico ansiosa para saber algo mais sobre a "Princesa Arco-Íris"...Conta!